O diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, disse que, de 58 países listados pela Rússia como utilizadores da Sputnik V, 24 não adotavam o vacina à época da análise do pedido de uso emergencial do imunizante pela agência brasileira, em 26 de abril.
Em depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira, 11, Barra Torres explicou, que dos países que aprovaram o uso do produto, com exceção de México e Argentina, nenhum outro “possui estrutura regulatória madura, sênior” como o Brasil.
Barra Torres explicou que o pedido de autorização da vacina está parado na Anvisa, aguardando informações do laboratório União Química, responsável pelo imunizante no Brasil. Apesar das observações, ele pediu que, caso a Sputnik V seja aprovada, a população não desconfie da segurança.
“Não pegamos vacina e colocamos no microscópio. A análise é feita a partir dos documentos apresentados”, disse. “O que conclamo àqueles que nos assistem é que, tão logo essa situação seja resolvida – e esperamos que seja resolvida –, não se credite a essa marca, a esse nome, a essa vacina nenhuma característica ruim”, completou Barra Torres.
O chefe da Anvisa justificou que a última negativa do pedido de autorização excepcional para a importação do imunizante russo se deu, entre outros pontos, ao fato de a Anvisa não ter recebido um relatório técnico capaz de comprovar que a Sputnik V atende a padrões de qualidade e que o adenovírus usado para carregar o material genético do coronavírus é capaz de se reproduzir.
O Fundo Soberano Russo, responsável pela Sputnik V, enviou à Anvisa documento em que nega a presença de adenovírus replicante em amostras da vacina. Apesar disso, Barra Torres disse que o documento “afirma, mas não comprova” a alegação.
Com informações da Agência Brasil
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