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‘Você será a próxima’: Pescadores ilegais ameaçam matar indígenas no Vale do Javari

Carta da Associação dos Kanamari do Vale do Javari pede 'ajuda': 'Quantos dos nossos iremos perder nesta guerra?'
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Vale do Javari sofre com constantes ameaças (Foto: José Medeiros/Agência Pública/CC BY-ND 4.0)

Manaus (AM) – Indígenas do Vale do Javari, relataram que estão sendo ameaçados de morte por pescadores ilegais que invadem a terra indígena. Uma carta divulgada na quinta-feira (17), revela que criminosos querem o “extermínio” dos protetores da região.

O Vale do Javari ganhou repercussão internacional após os assassinatos do indigenista Bruno Perreira e do jornalista britânico Dom Phillips, em junho deste ano.

De acordo com a carta da Associação dos Kanamari do Vale do Javari (AKAVAJA), no dia 9 de novembro, os criminosos apontaram uma arma para uma indídena, uma das líderes do Povo Ksnamari e afirmaram que “as mortes no Vale do Javari não vão acabar até que as principais lideranças do local sejam assassinadas”. Eles também afirmaram que a indígena está na lista para morrer.

“Vou tirar a máscara para você ver meu rosto e te avisar que por conta de atitudes assim que Bruno e Dom foram mortos pela nossa equipe e você será a próxima. Só não te matarei agora porque estamos na presença de muitas crianças”, disse um dos pescadores ilegais.

O grupo de cerca de 30 indígenas que passava de barco, havia questionado porque eles estavam no local e recebeu como resposta uma arma no peito da liderança indígena. Em seguida, cortaram a fiação do motor de uma das canoas e saíram atirando contra os indígenas. O fato foi relatado no documento.

Leia a carta na íntegra:

A carta é um pedido de socorro diante da situação contínua de ameaças e violências de pescadores ilegais na terra indígena Vale do javari. “Queremos ajuda, pois queremos viver. Toda a vida que habita a floresta é importante e defenderemos nossos irmãos e irmãs sempre. Seguiremos fortes até o fim”, diz o grupo.

Segundo a Associação, “a vida nunca mais foi a mesma. Não há segurança alguma para viver dentro do nosso território, temos medo por nós e pelos nossos parentes isolados. Essa situação foi mais uma que aconteceu aqui, mesmo após os terríveis assassinatos de nossos irmãos e parceiros, Bruno e Dom, nada mudou e nos perguntamos: ‘Quantos dos nossos iremos perder nesta guerra?'”, fizalizou.

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