Manaus – A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) causou um grande impacto na vida de várias pessoas. Os dados da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) apontam que o estado tem 254.460 casos confirmados da doença, sendo 112.353 em Manaus e 142.107 no interior.
Os altos índices de casos confirmados por Covid-19 afetou diretamente o trabalho dos motoristas de aplicativo da capital amazonense, gerando uma queda nos pedidos de corrida em diversas zonas da cidade.
João Raimundo da Silva Filho, de 52 anos, trabalha como motorista de aplicativo pela Uber e 99. Ele contou ao Portal Tucumã que está difícil trabalhar nos últimos dias. Ele circula com carro alugado e afirmou que vai ficar em casa até os índices por Covid-19 diminuírem.
“Não estou trabalhando, não tem chamadas, está tudo parado. Eu que trabalho com carro alugado vou devolver sexta-feira (29) porque não tenho dinheiro para pagar o aluguel. Vou ficar em casa e esperar que acabe logo tudo isso para voltar a trabalhar novamente, pois as contas estão chegando”, disse.
O motorista Lucas Batista, de 26 anos, trabalha como motorista da Uber, 99 e Indriver, as principais plataformas no transporte por aplicativo. Ele relata da incerteza de voltar trabalhar normalmente devido as mutações do coronavírus.
“Acredito que paira uma dúvida se será controlada, levando em consideração a nova mutação do coronavírus. Há o receio de trabalhar diante desse cenário, mas temos que trabalhar, pois precisamos sustentar as nossas famílias”, explica.
Queda
O toque de recolher estabelecido pelo governador Wilson Lima (PSC) restringe a circulação de pessoas nas ruas com objetivo de conter o avanço da Covid-19.
A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), em parceria com as polícias Civil e Militar, junto ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran-AM), estão nas ruas da capital realizando diversas fiscalizações para fazer valer o decreto governamental.
Segundo Alexandre Matias, presidente Associação dos Motoristas e Entregadores por Aplicativos do Estado do Amazonas (Ameap-AM), houve uma redução no valor da corrida e no quadro de trabalhadores.
“O impacto na segunda onda da pandemia está sendo pior. Na primeira onda teve uma queda de 40% dos motoristas circulando nas ruas, agora nós temos um percentual de 65% de motoristas a menos nas ruas. As plataformas começaram a fazer promoção para os passageiros, o que reduziu muito o nosso rendimento”, conta.
Alexandre também relatou que muitos passageiros não respeitam as regras de prevenção da Covid-19 estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), principalmente o uso de máscara e álcool em gel.
“Além da queda de rendimento, temos medo de contrair Covid-19, nem todos os passageiros seguem as regras de prevenção. Muitos aqui em Manaus não obedecem, principalmente aqueles que vão para o supermercado. E com isso, o motorista é bloqueado no aplicativo. Não temos ninguém em defesa dos motoristas na CMM (Câmara Municipal de Manaus) e na Aleam (Assembleia Legislativa do Amazonas”, disse.
Durante entrevista ao Portal Tucumã, o motorista Lucas Batista contou que sua renda mensal teve uma queda brusca nesta segunda onda da pandemia do coronavírus.
“Atualmente ganho R$ 500 por semana, isso falando em valor bruto, sem contar os gastos com combustível e aluguel em determinados casos. Essa realidade não é só minha, mas também de outros companheiros”, reitera.
Circulação
Na última terça-feira (26) a Prefeitura de Manaus, por meio do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), esclareceu algumas dúvidas a respeito da circulação de veículos na capital nesta segunda onda da pandemia.
Os ônibus alternativos e executivos têm autorização para circular no horário compreendido das 6h até às 19h.
No caso dos motoristas de aplicativo, táxis e mototáxis, é permitido circular de 6h até as 21h. Após este horário, só estarão autorizados se estiverem portando documento com foto; e somente em casos que, comprovadamente, atendam a situações de emergência serão liberados pela fiscalização, realizada pela Polícia Militar nas ruas de Manaus, no horário compreendido entre 19h e 6h.
Nos casos de táxis do aeroporto, estes devem seguir rigorosamente as regras estabelecidas, onde tanto o motorista quanto o passageiro deverão portar identificação, comprovando a justificativa para circulação.
Foto: Reprodução
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