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Especialistas alertam para medidas urgentes de segurança para evitar ataques em escolas no AM

Há um grande impulso que as ameaças trazem para as autoridades no cuidado com a segurança escolar
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(Foto: Reprodução/Pixabay/@igorovsyannykov)

Manaus (AM) – A segurança escolar está passando por momento delicado, com atentados e ameaças de massacre pelo Brasil. Nessa segunda-feira (10), a cidade de Manaus foi abalada por um caso que causou pânico na população. Um aluno atacou colegas e funcionários em colégio particular na capital amazonense. Desde o ataque a uma creche na cidade de Blumenau, em Santa Catarina, as mobilizações positivas e negativas em relação ao assunto estão sendo vistas.

A positiva é o grande impulso que as ameaças trazem para as autoridades no cuidado com a segurança escolar. Com o caso de Blumenau, a reação imediata das escolas foi voltar as atenções a estes temas sensíveis, relacionados a massacres dentro de escolas. Mas, com a rapidez das informações, a mobilização negativa veio com muito peso. Estudantes que se identificam com as motivações dos autores dos crimes, resolveram se inspirar neles para cometer o próprio ato. No espaço de tempo, entre o ataque a creche em Blumenau e o atentado no colégio em Manaus, alguns casos foram divulgados, como as ameaças de massacre na UFRJ e em uma escola municipal na capital amazonense.

O que também dificulta toda a situação, é que mesmo se tratando de um assunto delicado, estamos falando de vários adolescentes envolvidos na situação. Várias problemáticas podem ser envolvidas neste fato, o trauma do atentado e também falta de seriedade dos próprios alunos com os casos. Um exemplo disso, foi o que ocorreu nessa segunda-feira (10), em uma escola de rede pública em Manaus. No caso, um vídeo compartilhado por alunos, mostra os adolescentes agitados durante uma queda de energia no prédio da escola. Durante o vídeo, um aluno diz: “esfaquearam a moleca ali ó huuuu! Bagulho doido”. O que de fato aconteceu foi que uma aluna passou mal na queda de energia. A gravação logo viralizou nas redes sociais, gerando pânico, a policial se deslocou até o local, mas não havia nada.

O colégio que sofreu o ataque nessa segunda-feira (10), publicou uma nota sobre o caso:

“Queridos pais e/ou responsáveis, tendo em vista os últimos acontecimentos, será necessário enfatizarmos a importância dos pais não entrarem no espaço escolar, a não ser quando previamente agendado com o setor desejado. Essa simples regra nos permite um controle eficiente na circulação de pessoas em nossa escola. Estamos implementando algumas medidas para nos prepararmos para eventuais crises como: Treinamento dos colaboradores para momentos de crise como utilização de rotas de fuga; Disponibilização de chaves a todos professores em sala para caso haja necessidade de trancamento rápido; Continuação e intensificação do trabalho sobre bullying que já fazemos constantemente nas escolas; Em relação aos portões e entradas, estaremos com monitoria reforçada; Ressaltamos que, mesmo antes dos trágicos acontecimentos, a mantenedora da Rede Adventista de Educação Sul-Americana já havia agendado com as escolas de Manaus uma reunião e treinamento sobre gestão de risco nas escolas com o intuito de preparar as escolas para eventuais momentos de crise. Cremos que medidas simples, porém eficazes como as mencionadas acima, tornarão nosso ambiente muito mais seguro a todos!”.

Segurança Escolar

A nota exemplifica, a mobilização positiva que o estado de alerta causou. A segurança escolar, porém, está muito longe de garantir conforto aos alunos e pais. Porque o problema vai além de aumentar o policiamento dentro das escolas. O cerne dos problemas está na falta de um ambiente escolar saudável.

Em entrevista ao Portal Tucumã, a psicóloga Cynthia Lima Montenegro, deu detalhes sobre a relação entre bullying em ambientes escolares, alunos e violência. Ela explicou sobre quanto o qualquer tipo de ambiente pode influenciar ativamente nesses casos, incluindo o escolar.

“Quando um ambiente não é saudável, independente de qual seja, a criança sofrerá as consequências em seu comportamento e em suas emoções e na forma como elabora os conteúdos vividos. Pode aprender a querer resolver tudo na violência. O problema em si não é a escola, mas a falta de políticas públicas em saúde mental para ajudar a trabalhar adequadamente todos os conteúdos emocionais.”, disse a psicóloga.

A profissional também explicou sobre o que pode levar os alunos ao ponto de realizarem tal ato. “Os alunos, vítimas de bullying, chegam ao extremo pela dificuldade em aceitar ou a entender o que está sendo falado sobre ele. Isso não acontece da noite para o dia. A vítima já vem sofrendo por vários anos ou meses, mas nunca foi percebido, ou se percebeu, nada foi feito para amenizar. O autoconhecimento é a inteligência emocional são necessários para o entendimento das emoções e sobre o que fazer com elas”, informou Cynthia.

Ela também confirmou que diversos casos podem influenciar novos ataques. “Os diversos casos podem, sim, afetar e influenciar outras crianças caso algo não seja feito. Mas também é importante mencionar a participação das famílias, que são extremamente necessárias nesse processo também”.

A psicóloga falou sobre as medidas para tornar um ambiente escolar saudável e evitar atentados. “Abordar sobre saúde mental é um ponto importante. Não somente colocar polícia e seguranças armados, isso pode gerar um efeito inverso também. Conversar abertamente sobre as diferenças individuais, sobre a importância da comunicação segura, conversar sobre emoção. Deixar a criança e o adolescentes cientes de que podem contar com a escola para resolver algumas questões. Trabalhar conteúdos simples, mas de suma importância para todos, como respeito, valores, etc. Mas mais uma vez, a escola não é a única culpada de tudo o que está acontecendo. É necessário que se faça um trabalho em conjunto com família, escola e alunos a fim de que todos saibam da importância do respeito ao próximo. Se eu não tenho isso em casa, provavelmente eu vou descarregar minha raiva ou frustração em algum lugar e no momento, a escola é o alvo mais fácil.”, concluiu a psicóloga Cynthia Montenegro.

Pesquisa

Uma pesquisa do Instituto Sou da Paz envolvendo 12 ataques realizados com armas de fogo nas últimas duas décadas em escolas mostrou que, em oito ocasiões das doze, o agressor era aluno da instituição atingida, e em outras quatro era ex-aluno. Frequentemente, o autor sofreu alguma forma de bullying na escola.

A partir da melhora em um ambiente escolar saudável, outras medidas podem ser implementadas como, monitoramento de atividades online e investigação de grupos radicais. Essas duas medidas, são de suma importância para conter o avanço de movimentos radicais que apoiam atentados. Na internet, os autores dos crimes costumam deixar mensagens ou fotos que sugerem os ataques. Além disso, o controle de acesso também é uma forma de elevar a segurança de alunos, professores e funcionários.

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