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‘Façam justiça por mim’, diz jovem após denunciar pai por estupro na internet

Por meio de uma publicação em rede social, a jovem relatou um caso de estupro sofrido por irmã de 7 anos pelo próprio pai
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Foi por meio de uma publicação em uma rede social na sexta-feira (20), que a jovem Jennifer Silva, de 18 anos relatou um caso de estupro sofrido por irmã de 7 anos, em Santarém, no oeste do Pará. Segundo a denúncia, o autor dos abusos é o próprio pai da criança, Raylan Sebastião Matos da Silva, um profissional de saúde que está em liberdade.

Depois denunciar o caso na internet, portais e várias emissoras de rádio e TV da cidade, Jennifer postou em seu perfil no Instagram que está preocupada, e pediu que as pessoas fizessem justiça por ela.

“Quero avisar aqui que se alguma coisa acontecer comigo ou com minha mãe, não engulam que foi ladrão, acidente ou coincidência. Vão atrás e façam justiça por mim”, disse em um dos posts.

Neste sábado (21) o G1 conversou com a jovem que contou à reportagem que desde 2017 a mãe dela tem denunciado o ex-companheiro por diversos crimes.

Ao G1 Jennifer contou que resolveu dar publicidade à situação depois que atingiu a maioridade, pois estava cansada de ver tanta negligência e injustiça em relação ao caso.

A jovem contou que o pai é profissional de saúde em um hospital particular de Santarém, além de fazer parte do quadro de enfermeiros da Secretaria Estadual de Saúde do Pará (Sespa). Raylan também era candidato a vereador no município de Aveiro. De acordo com a denúncia, o homem responde pelos crimes de violência doméstica, negligência e estupro de vulnerável.

“Ele sempre foi agressivo, ele espancava a mim, meus irmãos e minha mãe a vida toda. Quando a minha mãe se separou dele, por conta das agressões, ele conseguiu a nossa guarda. Foi quando aconteceu os abusos com a minha irmãzinha de 7 anos”, disse Jennifer.

Ainda segundo a denúncia, o pai já foi denunciado pelas escolas dos menores, na delegacia da Mulher e até no Ministério Público, porém, mesmo com tantas denúncias, o homem continua livre e com a guarda das crianças.

“A minha irmã mais nova de 8 anos começou a apresentar comportamento estranho e várias bolhas e inchaço na vagina. A minha mãe denunciou e levou a filha para fazer exame e foi comprovado que a criança contraiu herpes genital. A criança não come direito, não dorme, está traumatizada e já confessou para o delegado que o pai abusou dela”, contou a jovem.

G1 consultou o Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA) e identificou que o homem responde a dois processos. Um dos processos tem o objetivo de apurar a ocorrência do crime tipificado no art. 232 da Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA).

O outro processo, de 2020, é sobre o crime de abuso sexual, contra a criança que hoje está com 8 anos.

Repercussão após exposição do caso

Relato da jovem nas redes socias — Foto: Reprodução/Instagram
Relato da jovem nas redes socias — Foto: Reprodução/Instagram
Jovem revelou estar com medo — Foto: Reprodução/Instagram
Jovem revelou estar com medo — Foto: Reprodução/Instagram
Jovem contou que 2017 que a mãe tenta salvar a vida dos filhos — Foto: Reprodução/Redes sociais
Jovem contou que 2017 que a mãe tenta salvar a vida dos filhos — Foto: Reprodução/Redes sociais

Depois de expor o caso nas redes sociais, a jovem contou que não esperava a repercussão do caso, pois anteriormente ela já havia tentado expor o caso para um jornalista, que não deu muita atenção ao caso.

Nas últimas horas a jovem contou que não conseguiu dormir, pois está preocupada, já que o homem sabe onde ela, a mãe e as crianças moram. Eles estão trancados dentro de casa.

Com toda a repercussão, a jovem contou que tem recebido muito apoio de amigos e de outras pessoas que souberam do caso pela internet. A denunciante disse ainda que tem recebido ligações de todo o Brasil, de pessoas que estão preocupadas com ela e com a família, porém até a publicação desta reportagem, ninguém da polícia, justiça ou órgãos de proteção à criança e ao adolescente, fizeram contato ou tomaram alguma atitude em relação ao caso.

“Sabe, eu tenho muito medo, pelos meus irmãos. As crianças estão com a minha mãe, mas legalmente, a guarda é dele. Queria que um juiz sei lá, fizesse algo por nós, se possível até que nossa família saísse de Santarém, pois está muito difícil conviver com tudo isso”.

Posicionamentos

O homem alvo das denúncias é profissional de saúde da Unimed, oeste do Pará, além de ser enfermeiro da Sespa. O G1 solicitou o posicionamento das instituições sobre o caso.

Por nota, a Unimed Oeste do Pará disse que rejeita veementemente qualquer atitude pautada em violência e desrespeito à vida humana.

A direção somente sexta, 20 de novembro, tomou conhecimento dos fatos ocorridos e já acionou os seus setores jurídicos e gestão de pessoas a fim de que sejam tomadas as medidas administrativas cabíveis à situação.

Ainda segundo a nota, a Unimed disse que se solidariza com a família e espera que os fatos sejam devidamente apurados pela justiça e que, se comprovada a sua culpa, o autor dos supostos crimes receba e cumpra a pena a ele imputada.

Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informou por nota que a investigação criminal é atribuição da Polícia Civil e que colabora prestando todas as informações necessárias para a correta elucidação dos fatos.

A Delegacia da Criança e do Adolescente (Deaca) informou à reportagem da TV Tapajós que está investigando o caso e que está sob sigilo, razão pela qual não podemos dar maiores informações. No entanto estamos adotando todas as providências necessárias com toda a brevidade e eficiência que o caso requer.

OAB Subseção Santarém, por meio da sua Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, informa que através de notícias divulgadas nas mídias sociais, tomou conhecimento do caso de abuso envolvendo uma criança de 07 anos. ⠀

Prosseguindo, informa que até o momento não foi acionada, formalmente. No entanto, irá acompanhar o caso, tendo em vista a relevância e a gravidade das acusações.⠀

A OAB Subseção Santarém ressalta que repudia qualquer ato de violência e abusos praticados contra qualquer pessoa, sejam elas crianças, adolescentes, idosos, mulheres ou homens, independentemente de idade, raça, gênero, credo ou ideologia.

Com informações do G1.

Foto: Reprodução

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