A agressão de Augusto Nunes, comentarista do programa Os Pingos nos Is da Jovem Pan, ao jornalista Glenn Greenwald, fundador do The Intercept Brasil, passou a tarde desta 5ª feira (7.nov.2019) entre os assuntos mais comentados no Twitter. No meio político, as opiniões dividem-se entre apoio e repúdio ao ato do jornalista.
Nesta manhã, os jornalistas protagonizaram uma discussão ao vivo no Pânico, programa da mesma emissora de rádio, e Nunes partiu para a agressão física depois de ouvir Glenn chamá-lo de “covarde”.
No Twitter, hashtags opostas ficaram nos assuntos do momento: #AugustoNunesCovarde e #AugustoNunesHerói. Até a Wikipédia, uma enciclopédia virtual colaborativa, virou alvo de disputa: mais de uma vez, os termos “covarde“, “agressor” e “herói nacional” foram inseridos na biografia de Nunes. Já no verbete sobre Glenn, a frase “escritor que apanhou de Augusto Nunes” também foi adicionada.
Reações da esquerda
As reações da oposição ao governo federal foram majoritariamente em defesa de Glenn. O ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que 3º colocado na eleição de 2018 à Presidência da República, gravou 1 vídeo solidarizando-se com o jornalista norte-americano e chamou Nunes de “bandido”.
O deputado David Miranda (Psol-RJ), companheiro de Glenn, pediu a demissão de Nunes da Jovem Pan.
Manuela D’Ávila (PC do B), candidata à vice na chapa de Fernando Haddad (PT) no ano passado, chamou Nunes de “recalcado fascista”.
O líder da oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), também repudiou o ato.
A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), disse que “violência é a arma dos covardes”.
Reações da direita
Políticos de direita manifestaram apoio a Augusto Nunes. Foi o caso dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC) e o líder do PSL na Câmara dos Deputados, Eduardo Bolsonaro (SP).
O deputado Cabo Junio Amaral (PSL-MG), que trocou socos com o outro deputado Rogério Corrêa (PT) na diplomação do cargo, defendeu Nunes e falou sobre “a impossibilidade de ser civilizado com quem não está disposto a isso”.
Os deputados federais Carlos Jordy (PSL-RJ) e Paulo Eduardo Martins (PSC-PR) também apoiaram o jornalista.
O deputado estadual de São Paulo Douglas Garcia (PSL) disse que iria protocolar, ainda nesta 5ª feira (7.nov), uma “moção de aplauso na Alesp pelos excelentes serviços prestados [por Augusto Nunes] à população brasileira”.
Nota da Jovem Pan
Por meio de nota, a emissora Jovem Pan disse que lamenta o ocorrido e que “sempre abriu suas portas para convidados de diferentes campos ideológicos e com opiniões dissonantes, para que cada brasileiro forme seu juízo tendo acesso a visões variadas sobre os temas mais relevantes do momento“.
Leia a nota completa:
A Jovem Pan lamenta o episódio ocorrido ao vivo no programa Pânico desta quinta-feira (7) entre os jornalistas Augusto Nunes e Glenn Greenwald.
Defensora vigilante dos princípios democráticos, do pluralismo de ideias e da liberdade de expressão, a Jovem Pan sempre abriu suas portas para convidados de diferentes campos ideológicos e com opiniões dissonantes, para que cada brasileiro forme seu juízo tendo acesso a visões variadas sobre os temas mais relevantes do momento.
Uma das principais marcas do Pânico é receber personalidades para o debate aberto e franco, bem-humorado e eventualmente ácido. Glenn Greenwald já participou da bancada em diversas outras oportunidades.
A liberdade de expressão e crítica concedida pela Jovem Pan a seus comentaristas e convidados, contudo, não se estende a nenhum tipo de ofensas e agressões. A empresa repudia com veemência esses comportamentos.
A Jovem Pan pede desculpas aos ouvintes, espectadores e convidados desta edição do Pânico, inclusive Glenn Greenwald.
Grupo Jovem Pan
Por Poder 360