Uma operação iniciada no último dia 11 de abril e que segue ativa já resgatou 16 pessoas de trabalhos degradantes e análogos à condição de escravidão na zona rural de Campo de Jacó, no interior da Bahia. Uma das vítimas é um adolescente de apenas 14 anos. A maioria dos resgatados atuava numa atividade extrativista na mata, em coleta de fibras de piaçava.
De acordo com auditores-fiscais do trabalho da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho, um órgão federal, as vítimas trabalhavam em grupos separados e estavam sob a exploração de três empregadores diferentes.
Os fiscais relataram que parte dos trabalhadores não dispunha de alojamento nenhum e dormia no meio da mata, em barracos de lona. O alojamento que era oferecido a outro grupo estava em condições precárias e ninguém tinha acesso a necessidades básicas, como água potável.
Os resgatados tinham de retirar a água de um riacho que também era utilizado pelo gado da fazenda. Também não havia banheiros para ninguém e as necessidades fisiológicas tinham de ser feitas na mata. Não havia local para o preparo, guarda e cozimento dos alimentos nem mesas para fazer as refeições.
De acordo com os autos de infração, nenhum dos trabalhadores resgatados tinha registro em Carteira de Trabalho e a maior parte ganhava valor abaixo de um salário-mínimo mensal.
Fora os efetivamente resgatados, foram encontrados outros 18 trabalhadores sem registro na atividade da extração de piaçava em outras fazendas da região.