Em um dos processos mais recentes que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) responde, e que tramita na Justiça Federal no Distrito Federal sobre empréstimos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a Angola, os advogados do petista usaram o fato de o governo do também ex-presidente Michel Temer (MDB) ter mantido essas linhas como argumento de defesa.
Lula e outros petistas foram acusados pelo Ministério Público Federal (MPF) de ter recebido cerca de US$ 40 milhões em propinas, com o objetivo de liberar uma linha de US$ 1 bilhão do BNDES que beneficiaria o grupo Odebrecht.
“Em 2018, no governo do ex-presidente Michel Temer, foi assinado novo protocolo de entendimento [com Angola], concedendo o montante de até US$ 2 bilhões para o financiamento de exportações brasileiras de bens e serviços”, escreveu a defesa ao magistrado, após acrescentar que as linhas de crédito não era uma política feita somente por governo petistas.
Para a defesa de Lula, portanto, o processo levaria à perigosa criminalização da política, o que pode afetar a democracia. “Olhares de suspeição, eivados de preconceito e desconhecimento técnico, são assestados às orientações políticas trilhadas pelo governo Lula”, dizem os advogados. Além do petista, estão entre os réus os ex-ministro Paulo Bernardo e Antonio Palocci.
