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Sinésio Campos e Wilker Barreto protagonizam embate sobre Lula e Lava-jato

Os deputados Wilker Barreto (Podemos) e Sinésio Campos (PT) trocaram farpas durante a sessão da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM)
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Wilker Barreto e Sinésio Campos trocam farpas após decisão do STF sobre Lula
Wilker Barreto e Sinésio Campos trocam farpas após decisão do STF sobre Lula

Os deputados Wilker Barreto (Podemos) e Sinésio Campos (PT) trocaram farpas durante a sessão da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), que ocorreu nesta terça-feira (9), no qual expressaram opiniões divergentes sobre a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, que anulou as condenações referentes à operação lava-jato que envolviam Luiz Inácio Lula da Silva, ontem (8).

Com condenações de Lula anuladas, Sinésio comemorou a retomada dos direitos políticos do ex-presidente Lula e provocou os colegas deputados mostrando uma foto de Lula com lideranças políticas locais e aproveitou para insinuar que alguns deputados estaduais são “bajuladores de plantão”.

Em defesa da Lava-Jato

A provocação veio como resposta após as colocações de Wilker Barreto, que saiu em defesa da Lava-Jato. “Eu não opero no mundo do direto, mas sou uma pessoa bastante crítica e racional. E não considerar que a Lava-Jato desvendou inúmeros crimes de bilhões e apenas porque não era a vara competente a de Curitiba e desconsiderar os crimes praticados, daqui a pouco teremos parlamentares no Brasil afora dizendo que a operação Lava-Jato não existiu, que a corrupção não existiu, que os delitos não existiram. Chegaremos a este ponto! Não subestimem a coragem daqueles que ainda irão dizer que a Lava-Jato foi um conto de fadas, que a corrupção na Petrobras não existiu e querendo afirmar que o Lula é brasileiro mais inocente do Brasil ! Aí é brincadeira !”.

O deputado petista Sinésio Campos retrucou e defendeu que o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e juiz da Força Tarefa da Lava Jato, Sérgio Moro, tirou da “disputa democrática” o ex-presidente Lula por meio de um “tapetão”. Sinésio disse que a vitória de Bolsonaro na Eleição de 2018 poderia ter acontecido mesmo com a disputa de Lula, mas que deixassem o povo decidir e criticou Wilker pelo que chamou de “satanização” do PT.

Discurso Nutella

“O Brasil respira a democracia e discursos Nutella. O que eu vi agora do deputado Wilker, é uma salada mista. […] Ele (Moro), na verdade, era um puxa saco, típico jogador que faz o cruzamento no escanteio e corre pra pequena área querendo fazer o gol. […] Na colocação dos opositores, parecem que tentaram satanizar quem é do PT como corrupto e bandido. Mas eu que sou do PT, peguem minha ficha de pessoa física e vejam que eu nunca respondi sequer um processo, crime, ou o que seja”.

‘Gugu-dadá’

Posteriormente, Sinésio alfinetou mostrando uma foto de visita de Lula ao estado do Amazonas na época em que era presidente:

“Olha essa foto, deputado Wilker, deputado Adjuto Afonso, o senhor estava nessa foto. Wilker não estava porque ainda estava na fralda neste período, mas os outros já estavam. Estão todos ali, Jonatas Câmara, Alfredo Nascimento, Serafim Corrêa, alguns ainda não estavam nesse período aí que era no primeiro governo Lula”, provocou Sinésio.

Desmoralização vs Legado

Posteriormente, Wilker Barreto (Podemos), Delegado Péricles (PSL), Fausto Júnior (MDB) e João Luiz (Republicanos) retrucaram a defesa de Sinésio a Lula e também manifestaram preocupação com uma provável desmoralização do legado da Lava Jato que a decisão monocrática de Fachin pode gerar.

“Veja os dados ! Os números não mentem ! O que foi a Lava-Jato ? Em divisor de águas no combate a corrupção no país. A operação teve 1343 mandados de busca e apreensão cumpridos, quatro bilhões de reais recuperados, BILHÕES [sic] ! Cem condenações em segunda instância, setenta fases, 183 acordos de delação, quinhentos denunciados, 322 presos e uma condenação no STF. Estes são os números do maior combate de corrupção da história. (…) Eu não tenho dúvida, deputado Sinésio, de que quando percorrer novamente o julgamento na vara federal de Brasília, não mudará o final ! O Lula era o chefe da quadrilha !”

Gazetou a aula

Na avaliação de Barreto, a passagem da esquerda pelo governo está “lado a lado” com a corrupção. O deputado mostrou incômodo com a tentativa de Sinésio Campos de tentar ligá-lo ao extremismo. Barreto se defendeu dizendo que não gosta de extremos.

“Não é primeira vez, mas eu acho que tem colegas deputados que faltaram a aula de interpretação de texto. Eu falo ‘alhos’ e eles interpretam ‘bugalhos’. Queria esclarecer que sou de centro-direita. Só pra esclarecer a verdade, nada dos extremos eu gosto”, declarou Barreto.

Judas

Sinésio desconversou na tréplica e voltou a exaltar o primeiro governo Lula, e citou o deputado Dermilson Chagas (Podemos), era delegado regional do trabalho e “tinha função no governo Lula”. Dermilson, hoje do partido de Wilker, não pediu tempo para rebater os discursos do petista.

“Os bajuladores de plantão são que nem judas por trinta moedas sem vendem “, atiçou o petista.

Os deputados Serafim Corrêa (PSB) e Adjuto Afonso (PDT) que integram o bloco de esquerda que Sinésio Campos também faz parte, evitaram fazer qualquer comentário sobre a anulação das condenações de Lula.

Veja debates na íntegra:

Lula volta a ficar Elegível

Com as anulações, Lula volta a ter seus direitos políticos e se tornar elegível nas eleições de 2022 caso queira. Fachin anulou a competência da 13ª Vara Federal de Curitiba que julgava quatro processos que envolviam Lula – o do triplex, o do sítio de Atibaia, o do Instituto Lula e o de doações para o mesmo instituto.

Agora, os processos serão analisados pela Justiça Federal do Distrito Federal, à qual caberá dizer se os atos realizados nos três processos podem ou não ser validados e reaproveitados.

Foto: Captura Live Aleam

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