Rio de Janeiro (RJ) – Bolsonaro ataca oposição aproveitando manifestações de 7 de Setembro pelo país para angariar votos. Na última quarta-feira (07), o candidato a presidência da república e atual ocupante do cargo, Jair Messias Bolsonaro, participou de eventos em comemoração aos 200 anos da Independência do Brasil.
Durante a manhã, esteve presente no desfile solene na Esplanada dos Ministérios junto a uma grande onda de seguidores que exibiam faixas criticando ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o comunismo e fomentando o discurso propagado pelo Presidente. Bolsonaro aproveitou o desfile de 7 de setembro para discursar apelando às ideologias defendidas por sua bolha de seguidores e atacando a oposição.
Mais tarde no mesmo dia, já no Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro intensificou o tom e deferiu ataques a moral de seus oponentes.
Desfile
Após 2 anos sem o desfile de 07 de Setembro, as Forças Armadas, junto da Polícia Militar, Polícia Federal, Polícia Rodoviária, Polícia Rodoviária Federal e do Corpo de Bombeiros Militar, retornou com a solenidade à Esplanada dos Ministérios.
Ao fim do evento, Bolsonaro em seu discurso dirigiu ataques a outros candidatos à presidência e exaltou conquistas de seu governo nos últimos anos.
“Sabemos que temos pela frente uma luta do bem contra o mal. O mal que perdurou por 14 anos em nosso país, que quase quebrou a nossa pátria e que agora deseja voltar à cena do crime. Não voltarão. O povo está do nosso lado, o povo está do lado do bem, o povo sabe o que quer”.
Comparações entre as primeiras-damas também foram levantadas seguidas por um coro convocado pelo Presidente que gritava “Imbrochável”.
O discurso caloroso agora é discutido por analistas no intuito de entender se suas ações podem ser consideradas crimes eleitorais uma vez que o tom do discurso durante o evento pode ser interpretado como uso do aparato publico para benefício próprio e da estrutura do Estado com objetivos eleitorais.
Ações como a retirada da faixa presidencial antes do início do discurso e o deslocamento posterior do local original do desfile para outro, porém, retiram Bolsonaro da condição institucional de Presidente da República e o levam ao patamar de candidato.
Copacabana, RJ
Durante a manifestação em Copacabana, no Rio de Janeiro, Bolsonaro levantou discurso anticorrupção, focando em seu principal rival, Lula. Na ocasião seu discurso já se tornou um pouco mais agressivo onde frases como “Não sou muito bem educado, falo palavrões, mas não sou ladrão” e a afirmação de que a esquerda deveria ser “extirpada da vida pública” foram proferidas.
Houveram também comparações com Venezuela, Argentina e Nicarágua pouco antes de afirmar que os antigos chefes de Estado dessas nações são amigos de Lula, usando o termo “quadrilheiro de nove dedos” para se referir ao ex-presidente.
O STF, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal também não saíram ilesos dos ataques.
Em Família
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL – SP), seguiu o exemplo do pai, Jair Bolsonaro, atacando a oposição durante seu discurso para manifestantes na Av. Paulista, em São Paulo, chamou Lula de “nove dedos vagabundo”, “bêbado” e “ladrão cachaceiro”.
Críticas ao STF também foram proferidas sob uma ótica que classificou o órgão como abusivo.
Resposta
O candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se pronunciou em suas redes sociais em resposta aos discursos de seus oponentes.
A questão dos 51 imóveis comprados pela família do presidente eleito pelo total de 26 milhões de reais em dinheiro vivo foi levantada junto a um pedido de explicação, bem como o uso eleitoral do Bicentenário.
“E, agora, ele deveria estar explicando pro povo como é que a família juntou R$ 26 milhões em dinheiro vivo para comprar 51 imóveis. É isso que ele tem que explicar”
Defensores de Lula tomaram parte no embate e deixaram as redes sociais em alvoroço criticando as ações da família bolsonaro e levantando hashtags que ridicularizam os discursos.
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