De um lado, pessoas vestidas de verde e amarelo com faixa de manifestações em apoio ao presidente Bolsonaro. E em meio a esses, um outro grupo, a maioria vestida de preto, fazia manifestações contrárias, com dizeres #ForaWilson e #ForaBolsonaro, usavam cartazes reclamando as morte das vítimas de covid-19 e relebrando cenas da crise da falta de oxigênio ocorrida nos primeiros meses do ano, quando o Amazonas viveu uma segunda onda da doença pandêmica.
A manifestação teve ínicio desde a apresentação do Projeto de Lei (PL 187/2021) de autoria do deputado Delegado Péricles (PSL), aprovado na com apenas um voto contra e uma abstenção durante sessão híbrida da Assembleia Legislativa (Aleam) da última terça-feira (20). A honraria chegou a ser reclamada pelo Partido Socialismo e Liberdade no Amazonas (PSOL) que entrou com uma ação ordinário nessa quinta-feira (22) para anulação do ato legislativo, para impedir que a Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) concedesse o título de Cidadão ao presidente.
O juiz plantonista do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), Carlos Queiroz, indeferiu o pedido do PSOL
Uma mulher, que se recusou a dizer o próprio nome, chegou a colocar a culpa da pandemia e morte das vítimas de covid nas costas do presidente, a quem chamou de “genocida’. Sendo que ela mesma, nem se deu conta, que ela com a máscara abaixada e estava colaborando na aglomeração do local, juntamente com o seu grupo.
Pessoas dos dois grupo retiraram diversas vezes a máscara para gritar e manifestar-se, fosse com dizeres em prol ou contra aos dois chefes, Bolsonaro e Wilson Lima, que foi recebido em meio a gritos de #ForaWilson. Mas próximo ao portão de entrada, bolsonaristas também gritavam #Mito
O esquema de policiamento militar pareceu insuficiente para conter os ânimos da população que insistia em invadir o local cercado pela grade de contenção. A Polícia Militar não chegou a usar de força, mas, em algumas ocasiões chegou a segurar pessoas, para poder barrar na entrada do Centro de Convenções.
Além de cidadãos que foram tentar ver o presidente, muitos jornalistas não credenciados pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), também ficaram do lado de fora, disputando espaço para conseguir um melhor ângulo e fotografar o #Mito, que ficou por cerca de uma pouco de mais de uma hora para a inauguração da segunda etapa do Centro de Convenções, que teve sua construção iniciada em 2014, quando os preparativos foram inicializados para a preparação para a Copa do Brasil de 2016.
Na ocasião do evento, o presidente recebeu o título de Cidadão do Amazonas das mãos do governador Wilson Lima (PSC) e do deputado estadual Roberto Cidade (PV). Em seu discurso ele mencionou que muitos “esquerdistas usam o vírus para fins políticos”. Bolsonaro agradeceu o título e disse “esse título é reconhecimento da grande parceria que o Estado tem com Governo federal”.
Ainda durante o agradecimento, Bolsonaro teceu o comentário em que disse: “A gente pede a Deus, que essa pandemia logo nos deixe e possamos voltar logo a nossa vida normal” e depois falou da participação do ministro Pazuelo e seu trabalho em prol do povo amazonense durante a 2ª onda da pandemia.
No evento também foi realizada a entrega simbólica de cestas de alimentos, por meio do Ministério da Cidadania, de cerca de 310 mil cestas básicas, dessas, 90 mil devem ficar na capital e serão distribuídas para indígenas, quilombolas e pescadores do estado do Amazonas