Deputados voltaram a pressionar pela reabertura do Conselho de Ética na Câmara, em Brasília, após o caso da deputada federal Flordelis Souza (PSD-RJ), vir à tona nesta segunda-feira (26), que se tornou ré em ação penal, apontada como mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo.
A cobrança vem do próprio colegiado que solicita ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) a reabertura do Conselho, inclusive com a criação de um projeto pronto para ser votado, que institui a volta dos trabalhos do Conselho, de forma remota.
Por trás dessa pressão está o interesse na reabertura de processos envolvendo deputados governistas, em especial Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Na noite de segunda-feira (24), a deputada Perpétua Almeida (AC), líder do PCdoB, pediu ao presidente da Câmara que a própria mesa diretora da Casa tome a iniciativa de encaminhar o caso de Flordelis ao conselho.
Outro parlamentar a fazer pressão pela reabertura do colegiado é o vice-líder do PCdoB, deputado Márcio Jerry (MA). “Não quero antecipar juízo de valor, mas o que está demonstrado de apuração da polícia é um caso gravíssimo, que fere o decoro parlamentar. Portanto, é pauta do Conselho de Ética e do plenário”, disse o parlamentar.
Até mesmo o líder do DEM, Efraim Filho (PB), que não é da oposição, defende que o episódio de Flordelis seja encaminhado ao Conselho. Ele afirmou que “o caminho é haver uma representação, que acabará forçando a reabertura do Conselho de Ética”.
O colegiado está com várias representações e processos acumulados aguardando o exame dos deputados. Há vários casos em que os alvos são parlamentares bolsonaristas. Eduardo Bolsonaro, por exemplo, é acusado de quebra de decoro parlamentar por ter defendido, no ano passado, a volta do AI-5, o Ato Institucional que inaugurou a fase mais repressiva e violenta da ditadura militar brasileira (1964-1985).
Com informações Correio Braziliense