Manaus – O ex-procurador-geral de Justiça do Amazonas, Francisco Cruz, o Chicão, de 68 anos, fez uma participação no documentário “Bandidos na TV”, produzida pela Netflix e lançada em junho de 2019, que trazia detalhes sobre a investigação em torno do ex-deputado estadual Wallace Souza.
Francisco aparece falando sobre a série de investigações contra o ex-prefeito de Coari, distante a 362 quilômetros em linha reta de Manaus, Adail Pinheiro, a respeito de uma rede de pedofilia que atuava no município.
Na época, o ex-procurador disse no terceiro episódio da produção que uma série de fatos fez a Polícia Federal (PF) chegar no então gestor de Coari.
“A Polícia Federal fazendo operação de desvio de recursos federais acabou encontrando nas escutas telefônicas as evidências. Foi um negócio abominável. Eles pegaram o fio da meada e chegaram aos crimes de pedofilia”, afirmou.
Morte
Francisco Cruz morreu nesta segunda-feira (15) após travar uma intensa batalha contra o novo coronavírus (Covid-19). A informação foi confirmada pelos familiares.
O ex-procurador de Justiça começou a apresentar sintomas da doença-19 no início de 2020, mas o estado de saúde piorou. Ele estava internado no Hospital Santa Júlia para tratamento contra a Covid-19.
Natural de Humaitá, ele começou a trabalhar no Ministério Público do Amazonas (MPE-AM) por São Gabriel da Cachoeira, Santa Izabel do Rio Negro, Humaitá e Parintins.
Chicão foi procurador-geral de Justiça no MPE-AM de entre 2010 e 2014, mas depois decidiu se dedicar na área da advocacia. Ele também foi responsável pela Secretaria Executiva Adjunta de Inteligência (Seai), em 2014, e secretário extraordinário de Relações Institucionais, em 2015.
Números
Segundo o boletim epidemiológico da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), foram registrados 925 novos casos de Covid-19, totalizando 295.879 casos da doença no estado, sendo 136.028 em Manaus e 159.851 no interior.
Também goram confirmados 120 óbitos por Covid-19, sendo 60 ocorridos no dia 14/02 e 60 óbitos foram encerrados por critérios clínicos, de imagem, clínico-epidemiológico ou laboratorial, elevando para 9.992 o total de mortes.
Atualmente há 1.606 pacientes internados, sendo 983 em leitos clínicos (252 na rede privada e 731 na rede pública), 574 em UTI (241 na rede privada e 333 na rede pública) e 49 em sala vermelha, estrutura voltada à assistência temporária para estabilização de pacientes críticos/graves para posterior encaminhamento a outros pontos da rede de atenção à saúde.
Foto: Reprodução/Netflix
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