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Obesidade infantil: 1 a cada 4 crianças amazonenses está fora do peso ideal

As consequências mais conhecidas são pressão alta e diabetes, mas quando o paciente é criança o aumento de peso pode ocasionar a chamada puberdade precoce
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Foto: Freepik

Com dados sobre obesidade em crianças brasileiras de 0 a 9 anos, o Painel Nutricional do Ministério da Saúde aponta que 26,7% dos pequenos amazonenses estão fora do peso considerado ideal para a idade. Em outra perspectiva, isso representa 1 a cada 4 crianças que vivem no estado. Os dados se referem ao período 2018-2020.

A pesquisa divide as porcentagens por nível de desnutrição. Assim, dos 26,7% fora do peso ideal, 10,7% estão com excesso de peso; 4,1% já são obesos infantis, 6,5% em sobrepeso e 5,4% abaixo do peso ideal.

As consequências mais conhecidas da obesidade são doenças como pressão alta e diabetes, mas quando o paciente é criança, há ainda outros riscos específicos. É o que explica a endocrinologista Larissa Figueiredo, consultora médica do Sabin Medicina Diagnóstica.

“No caso das crianças, o aumento de peso pode ocasionar a chamada puberdade precoce. Há estudos que apontam o sobrepeso como a causa de alterações hormonais que antecipam o aparecimento de caracteres sexuais, como brotos mamários, pelos pubianos e até a primeira menstruação”, esclarece a médica.

Como identificar

O ideal é que o diagnóstico para obesidade infantil seja acompanhado por exames laboratoriais que apontem as causas e consequências da comorbidade no corpo. “É necessária avaliação em consulta médica para que seja feito o diagnóstico clínico medindo os parâmetros antropométricos e o Índice de Massa Corpórea (IMC), comparando o resultado com o peso ideal para a idade do paciente”, comenta a endocrinologista.

A partir da identificação, a especialista sugere que sejam feitos exames que possam rastrear a origem da doença, e também as consequências, já que nem sempre o fator principal é a alimentação.

“Há pacientes com obesidade por questões hormonais, mesmo crianças. Por isso, precisamos dosar THS e T4 livre (hormônios da tireoide), para saber se esse sobrepeso está ligado a hipotireoidismo (baixa produção de hormônios da tireoide)”, explica.

A endocrinologista aconselha ainda exames que possam mostrar os efeitos da obesidade no crescimento da criança, já que o excesso de peso pode afetar a puberdade.

“Para isso, dosamos hormônios do eixo gonadotrófico (FSH e LH), estradiol e testosterona. Com esses exames, é possível medir a influência da obesidade no crescimento do paciente”, afirma a médica.

Sedentarismo na pandemia

O cenário de crianças obesas no país já não era bom antes da pandemia, mas os números podem ter ficado ainda piores com os seus efeitos. Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), divulgada este ano, afirma que o distanciamento social (principal maneira de impedir a transmissão da covid-19) acarretou comportamentos que afetaram, e muito, o peso das crianças.

A consultora do Sabin aconselha os pais e responsáveis a buscarem atividades que permitam às crianças a prática de exercícios que afastem o risco de obesidade.

“Durante a pandemia, os pequenos ficaram sem aulas presenciais e também deixaram de passear com mais frequência. Ainda assim, podemos incentivá-los a adotar uma dieta balanceada e praticar atividades físicas em casa mesmo, seja pular corda ou brincar de bola”, comenta Larissa Figueiredo.

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