Política – Ao apresentar o relatório final da CPI do 8 de janeiro, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), solicitou nesta terça-feira (17) o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), bem como dos ex-ministros generais Augusto Heleno, Walter Braga Netto e Anderson Torres.
A relatora evidenciou que o ex-presidente estava rodeado por correntes golpistas, cuja manifestação culminou no fatídico 8 de janeiro, marcado pela destruição do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.
A ata com 1.333 páginas foi concluída após quase cinco meses de trabalho. Eliziane teve como base depoimentos e documentos recebidos, resultando no pedido de indiciamento de 61 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, por crimes como associação criminosa, violência política, ameaça ao Estado democrático de direito e tentativa de golpe de Estado.
A participação de Bolsonaro na suposta trama golpista foi revelada através do testemunho do programador Walter Delgatti Neto, conhecido como o hacker da Vaza Jato, bem como pela delação premiada de seu principal auxiliar, o tenente-coronel Mauro Cid.
Durante seu testemunho perante a CPI, Delgatti alegou que a campanha de Bolsonaro teria planejado uma simulação forjada da invasão de uma urna eletrônica em 2022, e que o ex-presidente teria solicitado pessoalmente que ele realizasse gravações clandestinas de conversas do ministro Alexandre de Moraes.
Para a relatora, “os golpes modernos à esquerda e à direita, não usam tanques, cabos ou soldados. O golpe deve fazer uso controlado da violência. É preciso, sobretudo, que o golpe não pareça golpe”.
Durante a leitura, a senadora listou vários apontamentos ligados ao ato criminoso na sede dos três poderes em Brasília (DF): “Começam por uma guerra psicológica, a base de mentiras, de campanhas difamatórias, da disseminação do medo, da fabricação do ódio. É tanta repetição, potencializada pelas redes sociais, pelo ecossistema digital, que muitos perdem o parâmetro da realidade. O golpe avança pela apropriação dos símbolos nacionais, e continua pelas tentativas de captura ideológica das forças de segurança. Por isso é importante atacar as instituições e descredibilizar o processo eleitoral, afirma Gama.
Além do ex-presidente, ela incluiu no processo integrantes militares do governo Bolsonaro, o general Braga Netto, ex-ministro da Defesa, o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, e o general Luiz Eduardo Ramos, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência.
Durante as investigações, Gama buscou reconstruir a alegada escalada golpista após a vitória de Lula (PT), começando com as operações de fiscalização da PRF (Polícia Rodoviária Federal) no segundo turno para dificultar a votação de eleitores do Partido dos Trabalhadores, por parte do ex-diretor da PRF Silvinei Vasques, preso em agosto deste ano após solicitação da Polícia Federal (PF).
A deputada federal Carla Zambelli também não ficou de fora do relatório final da CPI de 8 de Janeiro. O nome da parlamentar aparece na lista de indiciamento de pessoas próximas a Bolsonaro.
O presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-BA), estabeleceu um prazo até as 9h desta quarta-feira (18) para a solicitação de uma revisão coletiva e programou a votação do parecer para o mesmo dia.
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